Sim, a glotonaria é considerada moralmente errada segundo a doutrina católica. A glotonaria, ou gula, é definida como o hábito de comer e beber em excesso, buscando prazeres desordenados além do necessário para a nutrição e saúde.
Violação da virtude da temperança
A glotonaria representa uma falta da virtude da temperança, que inclui moderação e autocontrole no uso dos bens materiais. O glotão consome além das necessidades reais de sustento.
Consumo excessivo e desperdício
O glotão ignora a necessidade de equilíbrio ecológico e consumo ético. Seus excessos levam ao desperdício e uso abusivo dos recursos da criação.
Associada a outros vícios
A gula está intimamente ligada a vícios como embriaguez, luxúria e até violência. O uso descontrolado da comida reflete problemas mais profundos na alma.
Causa obesidade e problemas de saúde
A gula leva à obesidade, diabetes, doenças cardíacas e outros problemas associados a uma dieta excessiva e desequilibrada. Danifica o corpo, templo do Espírito Santo.
Manifestação de egoísmo
O glotão coloca a satisfação pessoal acima das necessidades dos outros e da justiça social. Ignora a realidade dos que passam fome por seu egoísmo consumista.
Condenada pelas Escrituras
Trechos bíblicos condenam explicitamente a embriaguez e a voracidade (Rm 13,13), associando-as a uma vida descomprometida com Deus.
Preocupação desde a Antiguidade
Pensadores gregos e Padres da Igreja viam nos excessos da gula uma ameaça à saúde da alma. A gula era tida como porta de entrada para diversos vícios.
Inimiga da oração e contemplação
Ocupado demais em banquetes suntuosos e bebedeiras, o glotão se afasta da vida espiritual. Sua sensualidade exacerbada dificulta a vida de oração.
Precisa ser combatida
A glotonaria deve ser reconhecida como inclinação desordenada e combatida pela temperança, jejum, contrição, esmola e cuidado com o corpo, templo do Espírito.
Portanto, a tradição cristã é unânime em condenar a gula por ferir valores morais e a comunhão do homem com Deus. Cabe aos católicos evitá-la e testemunhar a temperança.
Perguntas frequentes
1. A Bíblia condena mesmo a gula? Não fala só de alguns excessos?
Sim, a Bíblia claramente condena a voracidade, embriaguez, banquetes luxuosos egoístas e outros excessos associados à gula (Rm 13,13; Pr 23,20-21; Lc 21,34). O simples consumo de vinho ou festas não é proibido, mas o abuso, sim.
2. A obesidade em si já é algo moralmente errado para a Igreja?
Não necessariamente. A Igreja reconhece que a obesidade tem múltiplas causas, incluindo biológicas. Porém, quando claramente associada a hábitos viciosos de consumo exacerbado, é vista como consequência moralmente negativa da gula.
3. E quanto à anorexia ou bulimia? Também são associadas à gula?
Não exatamente. Apesar de serem distúrbios alimentares, a anorexia e a bulimia têm raízes psicológicas mais complexas, como distorção da autoimagem e compulsividade. requerem tratamento especializado.
4. Jejuar ou fazer dieta são vistos como virtudes pela Igreja Católica?
Jejuar com moderação e intenção correta é recomendado. Já dietas podem ser saudáveis se visarem o bem integral da pessoa. O importante é não cair em novos extremos, como obsessão emagrecedora ou dietas desequilibradas.
5. Comer demais algumas vezes, como em festas, já é glotonaria?
Não necessariamente. A gula se caracteriza por um hábito constante de comer em excesso, não por atos isolados. Mas o ideal é sempre manter a moderação, lembrando que nossa relação com a comida deve ser orientada pela ética cristã.
6. A indústria alimentícia tem culpa pela epidemia de obesidade hoje?
Parcialmente, por propagandas enganosas e alimentos hipercalóricos e pouco saudáveis que estimulam o vício. Mas a responsabilidade pelo consumo comedido e por uma dieta equilibrada ainda cabe a cada pessoa. Ambos devem rever seus papéis.
7. Qual a diferença da gula para a glutonaria? Os termos não são iguais?
São termos muito próximos e frequentemente tratados como sinônimos. Mas algumas vezes “gula” é usada em sentido mais amplo, referindo-se à inclinação desordenada para prazeres sensoriais na comida e na bebida. Já “glotonaria” se foca mais na voracidade propriamente dita.
8. Gastar grandes quantias em restaurantes caros também é glotonaria?
E pode ser, caso reflita um apego desordenado à boa comida além do sustento, buscando prestige egoísta. Porém, uma refeição cara ocasional não é necessariamente glotonaria, desde que o motivo seja apenas celebrativo.
9. Atualmente a gula tem outros nomes, como “atividades binge”?
Sim, é comum usar termos como binge eating ou binge drinking para descrever episódios de consumo alimentar ou alcoólico excessivo e impulsivo. A glotonaria assume novas “roupagens” na cultura contemporânea.
10. Qual o principal conselho bíblico contra a gula e glotonaria?
O conselho é cultivar a virtude da temperança e se lembrar da sobriedade e temperança de Cristo, evitando os excessos condenados pelas Escrituras e prejudiciais ao corpo e espírito. A moderação é fundamental.