De acordo com a doutrina católica, existem alguns pecados que estão reservados aos bispos ou ao Papa para absolvição, e não podem ser perdoados diretamente por um padre no sacramento da Confissão.
São os chamados “pecados reservados”, que requerem permissão especial do bispo ou do Papa para serem absolvidos. Cada diocese possui suas próprias normas, mas alguns exemplos comuns de pecados reservados são:
Profanação da Eucaristia
Quebra do sigilo sacramental
Absolvição do cúmplice em pecado sexual
Agressão física a um Papa
Concelebração de Missa com ministros não católicos sem permissão
Nestes casos, o padre deve orientar o penitente a procurar a autoridade eclesiástica competente.
Excomunhão
Quando alguém é formalmente excomungado, não pode receber a absolvição sacramental até que a excomunhão seja levantada pelo bispo ou autoridade correspondente. Portanto, um padre não pode absolver alguém excomungado.
Cisma e heresia
Pecados de cisma, como rejeitar a autoridade papal, e heresia, como negar verdades de fé definidas, também estão reservados e precisam ser absolvidos pelo bispo ou uma autoridade superior. O padre deve instruir o fiel nesses casos.
Violação do sigilo da confissão
Se o próprio padre viola diretamente o sigilo sacramental revelando o conteúdo de uma confissão, isso é considerado um pecado especialmente grave reservado à Santa Sé, e nenhum padre pode absolvê-lo, apenas o Papa.
Falta de arrependimento
Um padre não pode absolver alguém que não demonstre arrependimento sincero e propósito de emenda. Para uma confissão válida, é necessário detestar os pecados cometidos e estar disposto a evitá-los no futuro.
Absolvição de cúmplice
O padre que absolve o cúmplice em um pecado sexual contra o sexto mandamento também comete pecado grave reservado ao bispo ou Santa Sé. Por exemplo, absolver alguém com quem cometeu adultério.
Portanto, embora a maioria dos pecados possa ser normalmente absolvida por um padre, os pecados mais graves contra a Igreja ou que quebrem a relação de confiança no sacramento requerem intervenção de autoridade superior.
Perguntas frequentes
1. Padres podem se confessar com outros padres?
Sim. Embora seja recomendado confessar-se com o bispo ou um padre autorizado pelo bispo, em caso de necessidade um padre pode se confessar validamente com outro padre. Mas nunca pode absolver a si mesmo.
2. Absolvição coletiva de pecados graves é válida?
Não. A absolvição coletiva, dada a uma multidão por exemplo, só é válida para pecados leves. Pecados graves devem ser confessados individualmente para uma absolvição válida, exceto em perigo de morte.
3. Quais atos não são considerados pecados pela Igreja?
Atos como homossexualidade e controle de natalidade são considerados pecaminosos pela Igreja. Outros, como comer carne às sextas ou usar roupas de tecido misto, eram proibidos no Antigo Testamento, mas não são mais para os católicos.
4. Por que alguns padres proíbem a comunhão por certos pecados?
Alguns pecados graves, como apoiar o aborto ou viver amasiado, podem levar o padre a proibir a comunhão até que a situação seja resolvida, para evitar sacrilégio. Mas a excomunhão formal só pode ser imposta pelo bispo.
5. O sigilo da confissão se aplica mesmo após a morte do penitente?
Sim. O sigilo é absoluto e permanece mesmo depois da morte da pessoa que confessou. O padre nunca pode revelar o conteúdo das confissões ouvidas, nem mesmo depois de décadas ou séculos.
6. Durante uma confissão, posso omitir pecados por esquecimento?
Sim, desde que não seja uma omissão intencional. Nossa memória é limitada, e é possível esquecer pecados não propositadamente. Devemos confessar da melhor forma possível os pecados que conseguirmos recordar.
7. Confissões pelo telefone ou videochamada são válidas?
Sim, em situações de emergência ou impossibilidade de confessar-se presencialmente. Mas deve-se tomar cuidado com a segurança e sigilo. O ideal ainda é a confissão cara a cara em um confessionário quando possível.
8. Católicos precisam confessar todo e qualquer pecado venial?
Não é obrigatório confessar todos os pecados veniais, mas é recomendado. A confissão regular ajuda a formar a consciência, lutar contra vícios e crescer espiritualmente. Pecados veniais também nos separam de Deus.
9. O que fazer se o padre recusar dar a absolvição?
Em caso raro de o padre negar a absolvição injustamente, deve-se procurar a autoridade eclesiástica superior. Mas se a recusa foi correta, o fiel deve fazer o possível para afastar os obstáculos à absolvição e depois se confessar novamente.
10. A Igreja já revelou algum dia o que foi dito em confissão?
Não. A Igreja afirma que o sigilo da confissão é inviolável e nunca pode ser quebrado. Na história, padres sofreram tortura e morte a fim de preservar esse segredo sagrado confiado a eles por Deus.
