Uma dúvida que angustia muitas pessoas é: será que Deus se cansa de perdoar meus pecados, principalmente aqueles em que caio repetidamente? A boa notícia é que a misericórdia divina não tem limites. Por mais fracos e propensos ao pecado que sejamos, podemos confiar sempre no perdão de Deus.
Deus conhece profundamente nossa humanidade fragilizada pelo pecado original. Ele sabe de nossas lutas, quedas e dificuldade em perseverar no bem. E ainda assim, estamos sempre diante de um Pai “rico em misericórdia” (Efésios 2:4), cujo perdão não tem medida.
A paciência e compaixão de Deus
A Bíblia frequentemente exalta a “lenta ira e grande misericórdia” do Senhor (Salmo 145:8). Ele suporta pacientemente nossas fraquezas e nos dá tempo para amadurecer espiritualmente, como o agricultor espera paciente a semente dar fruto.
Jesus nos assegura que Deus é como uma mãe carinhosa, que não nega o peito a uma criança chorosa (Lucas 11:11-13). Seu amor de Pai e Mãe é incondicional. Por isso, nunca se “cansa” de estender sua mão àqueles que sinceramente a buscam.
O perdão setenta vezes sete vezes
Quando Pedro perguntou se deveria perdoar até sete vezes, Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18:21-22). Este número simbólico significa um perdão sem limites, assim como o de Deus.
Deus perdoa não apenas sete ou setenta vezes, mas quantas vezes for necessário. Seu perdão não é algo que se esgota ou se “cansa” com o tempo. É uma fonte infinita, sempre pronta a derramar misericórdia sobre nós.
O filho pródigo e o pai misericordioso
A parábola do filho pródigo (Lucas 15:11-32) ilustra powerosamente como o perdão do Pai celestial não tem limites. Quando o filho volta arrependido depois de abandonar o pai e gastar toda a herança, ele é recebido de braços abertos.
Isso mostra que jamais devemos duvidar da disposição de Deus de nos perdoar, não importa quantas vezes O tenhamos abandonado pelo pecado. Se voltamos a Ele humildemente, seremos sempre acolhidos.
Os braços abertos de Jesus na cruz
A imagem de Jesus de braços abertos na cruz é um retrato perene do quanto Deus deseja nos perdoar e acolher em seu amor. Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores, o que prova o imenso desejo salvífico do Pai.
Os braços da cruz permanecem eternamente abertos, convidando todos ao arrependimento. Mesmo aqueles que pregaram Jesus na cruz foram perdoados por Ele. Não há pecado ou recaída que esgote sua misericórdia.
Deus deseja nosso arrependimento, não nossa morte
As Escrituras afirmam que Deus não se compraz com a morte do ímpio, mas com que o ímpio se converta e viva (Ezequiel 33:11). Ele não quer punir-nos, e sim salvar-nos do mal. Por isso, pacientemente nos concede chance após chance de arrependimento.
Deus sabe que somos imperfeitos e propensos a tropeçar. Porém, como um pai amoroso, sempre nos estende a mão para levantar-nos das quedas, se sinceramente desejamos nos converter. Seu perdão não tem data de validade.
A esperança no sacramento da Confissão
Para nós católicos, uma grande fonte de esperança está no sacramento da Confissão ou Reconciliação. Por maior que seja nosso pecado, sempre podemos nos dirigir a esse tribunal de misericórdia e ouvir da boca do padre a sentença de perdão de Deus.
Não importa quantas vezes tenhamos que recorrer à Confissão por causa da mesma fraqueza ou vício. O essencial é fazê-lo com coração sincero e desejo de conversão. E o perdão de Deus estará sempre pronto a nos regenerar.
“Onde abundou o pecado, superabundou a graça”
Segundo São Paulo, “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5:20). Isso significa que, por mais graves e repetidos que sejam nossos pecados, a misericórdia divina será sempre ainda maior. Não há falha ou recaída que ultrapasse a capacidade redentora de Deus.
Por isso, mesmo que nos pareça impossível vencer certa fraqueza, podemos ter a esperança de que, com a graça divina, ela pode ser curada e transformada em ocasião de santidade. Deus é especialista em escrever certo por linhas tortas.
Deus ama o pecador, mas odeia o pecado
Às vezes podemos confundir a infinita misericórdia de Deus com uma falsa ideia de que o pecado não é tão grave. Na verdade, Deus odeia profundamente o pecado por ser contrary à verdade e ao bem. Porém, ama imensamente o pecador.
Deus condena firmemente o pecado, mas está sempre pronto a readmitir em sua amizade aqueles que sinceramente o abandonam e retornam a Ele. Como disse Santa Margarida Maria Alacoque, devemos ter “confiança sem limites” na misericórdia divina.
Portanto, por mais indignos que nos sintamos, nunca duvidemos da disposição de nosso Pai Celestial de nos purificar com seu perdão regenerador todas as vezes que, arrependidos, recurrermos a sua infinita compaixão.
Perguntas frequentes
1. Deus realmente se cansa de me perdoar pelos mesmos pecados?
Não. Por mais que repitamos as mesmas faltas e pecados, a misericórdia e o perdão de Deus não têm limites para aqueles que se arrependem de coração e desejam sinceramente mudar.
2. Quantas vezes Deus está disposto a me perdoar na vida?
Deus está pronto para nos perdoar todas as vezes que precisarmos durante nossa vida. Seu perdão não é algo quantificável que se esgota. Como disse Jesus, devemos perdoar “setenta vezes sete”, ou seja, sem limites, assim como Deus faz.
3. O que a parábola do filho pródigo revela sobre o perdão divino?
Ela mostra, na figura do pai misericordioso, que Deus sempre acolhe de braços abertos os filhos arrependidos, não importa quantas vezes O abandonaram antes. Seu amor persevera para sempre.
4. Por que Deus é paciente e não logo nos castiga pelos pecados?
Porque Ele é lento na ira e rápido em perdoar, dando-nos tempo para amadurecermos espiritualmente. Deus deseja nosso arrependimento sincero, não nossa condenação.
5. Posso sempre recorrer ao sacramento da Confissão pelos mesmos pecados?
Sim. Não importa se pecamos repetidamente nas mesmas áreas. O essencial é confessar com coração contrito e desejo de lutar contra nossas fraquezas, confiando na misericórdia de Deus.
6. Existem pecados que Deus não está disposto a seguir perdoando eternamente?
Não. Todo pecado e repetição pode ser perdoado se nos arrependermos sinceramente e buscarmos a misericórdia de Deus. O que seria imperdoável seria fecharmos definitivamente nosso coração ao arrependimento.
7. Eu mereço tanto perdão assim depois de repetir os mesmos erros?
Não se trata de merecimento, mas da gratuidade e abundância da graça divina, que é maior que qualquer pecado. Devemos confiar humildemente na misericórdia de Deus, mesmo sem nos sentirmos dignos dela.
8. Se sei que Deus sempre me perdoa, posso pecar tranquilamente?
De maneira alguma. Devemos evitar o pecado porque ele fere o coração de Deus. Sua misericórdia não pode ser uma “desculpa” para pecarmos deliberadamente. Precisamos lutar contra o mal com seriedade.
9. Como encontrar esperança quando me sinto preso a um mesmo pecado?
Lembrando que com a graça de Deus até nossas fraquezas mais difíceis podem ser transformadas e vencidas. Deus é poderoso para curar-nos se confiarmos nEle. Devemos insistir na oração pedindo sua ajuda.
10. Devo ter medo da ira de Deus quando pequeno tantas vezes?
Não devemos temer, mas confiar na infinita misericórdia divina. Deus odeia o pecado, mas ama imensamente o pecador. Se nos arrependermos sinceramente, seu perdão regenerador sempre nos espera, não importa quantas vezes precisemos dele.