Os protestantes surgiram no século XVI rompendo com a Igreja Católica e rejeitando a autoridade papal. Portanto, a visão dos protestantes sobre o Papa ainda é majoritariamente negativa.
As principais objeções das denominações protestantes em relação à figura do pontífice se baseiam em diferenças doutrinárias centenárias entre o catolicismo e o protestantismo.
Veja a seguir os principais motivos pelos quais os protestantes historicamente se opuseram e continuam rejeitando o Papa e seu papel de liderança na Igreja Católica.
1. Questionamento da autoridade papal
O cerne da Reforma Protestante foi questionar a autoridade absoluta do Papa como representante de Deus na Terra.
Os reformadores like Luther defendiam o sacerdócio de todos os crentes em vez da hierarquia católica centrada no pontífice romano.
2. Corrupção nos papados medievais
Os protestantes apontavam os casos de corrupção moral e financeira da Igreja na Idade Média como prova de que o sistema papal havia se desviado da verdade bíblica.
Líderes questionáveis como o Papa Alexandre VI reforçavam o apelo por uma reforma religiosa contra o poder papal.
3. Doutrinas contrárias à Bíblia
Na visão dos reformadores, doutrinas católicas como a venda de indulgências, celibato e culto dos santos eram contrárias às Escrituras e perpetuadas pelo Papa.
Portanto, romper com essas tradições significava também rejeitar a liderança papal que as defendia.
4. Papa não tem autoridade bíblica
Os protestantes defendem o princípio de que todas as doutrinas e práticas cristãs devem vir diretamente da Bíblia.
Como a figura central do Papa não deriva claramente das Escrituras, eles questionam sua autoridade.
5. Ausência nas igrejas protestantes
Historicamente, as denominações surgidas da Reforma removeram qualquer menção ou submissão ao Papa em suas liturgias e sistemas de governo.
Portanto, os fiéis protestantes não têm contato com a figura papal em suas próprias igrejas.
6. Defesa da supremacia papal
Na contram reforma católica, o Concílio de Trento reiterou princípios como a suprema autoridade do Papa em questões de fé, reafirmando as divergências com os protestantes.
7. Diferenças doutrinárias irreconciliáveis
As diferenças entre catolicismo e protestantismo em relação à autoridade papal se tornaram tão arraigadas historicamente que se tornaram de certa forma irreconciliáveis.
Qualquer mudança nesse aspecto demandaria uma completa reformulação doutrinária de um dos lados.
8. Cisma permanente
A Reforma Protestante significou um cisma duradouro entre católicos e protestantes. Sem uma reunificação das igrejas ou reconhecimento mútuo, o antagonismo em relação ao Papa se perpetua.
9. Nacionalismo e identidade
Em alguns países de tradição protestante, rejeitar o papado romano passou a fazer parte do sentimento nacional e da identidade religiosa local contra a influência estrangeira da Igreja Católica.
10. Críticas recentes
Mesmo católicos mais progressistas têm feito críticas pontuais ao Papa em temas como casamento gay, celibato sacerdotal obrigatório e ordenação de mulheres. Isso reforça a visão negativa dos protestantes.
Perguntas frequentes
Os protestantes acham que o Papa é o Anticristo?
Alguns grupos radicais têm essa crença, mas as igrejas principais não endossam essa visão. Para a maioria, o papado é apenas uma instituição questionável.
Alguma igreja protestante aceita a autoridade do Papa?
Não. Reconhecer a primazia papal entraria em contradição com os fundamentos das doutrinas protestantes sobre a Bíblia e falta de hierarquia clerical.
Qual a visão dos protestantes sobre os escândalos recentes com Papas?
Eles usam esses casos para reforçar a visão histórica de corrupção e desvios morais da Igreja Católica associados ao poder papal centralizado.
Os protestantes acreditam que o Papa faz o bem?
Eles reconhecem o bom trabalho social e iniciativas de paz promovidas por certos Papas. Mas enfatizam que essas qualidades não derivam de sua posição como pontífice.
Alguns protestantes são contraditórios em relação ao Papa?
Sim. Alguns grupos podem criticar o papado, mas admirar o Papa Francisco por suas posições progressistas, revelando contradições nas críticas.
Existe algum diálogo entre igrejas protestantes e o Papa?
Sim, instituições como o Conselho Mundial de Igrejas já fizeram reuniões com o Papa. Mas os protestantes mantêm suas reservas em relação ao reconhecimento da primazia papal.
Os protestantes acreditam que o Papa é salvo?
Cada grupo tem uma resposta diferente. Alguns acreditam que o Papa pode ser salvo apesar do seu cargo. Outros são mais rígidos e o veem como uma figura necessariamente não regenerada.
Existe rixa pessoal dos líderes protestantes em relação ao Papa?
Atualmente não, pois as lideranças são diferentes das épocas de Lutero e Calvino. Mas ainda existe um antagonismo institucional entre as estruturas católica e protestante.
Qual a chance de um consenso entre protestantes e católicos sobre a autoridade papal?
Praticamente nula no curto prazo. Implicaria uma das partes renunciar aos seus princípios doutrinários centrais sobre esse tema que já permanecem inalterados por séculos.
O que os protestantes pensam quando veem o Papa na TV?
As reações variam desde curiosidade e admiração por seu trabalho até indiferença ou uma visão extremamente negativa, dependendo de cada denominação protestante.