O Que O Papa Disse Para SE Desculpar?

O Papa Francisco fez história recentemente ao se desculpar pelo papel da Igreja Católica nos internatos indígenas no Canadá. Esta foi a primeira vez que um Papa pediu perdão diretamente às populações indígenas por abusos cometidos por membros da Igreja.

Introdução

O Papa Francisco visitou o Canadá em julho de 2022 em uma viagem que ficou conhecida como “peregrinação penitencial”. Durante a viagem, ele se reuniu com sobreviventes de internatos indígenas e expressou remorso e tristeza pelo sofrimento que eles experimentaram nas mãos de membros da Igreja Católica.

Muitos viram as palavras e ações do Papa durante esta viagem como um momento histórico e um passo significativo rumo à reconciliação e cura. Mas por que o Papa se desculpou? O que exatamente ele disse? E por que isso importa?

O pedido de desculpas do Papa

O Papa Francisco visitou o Canadá para pedir desculpas pelo papel da Igreja Católica Romana no sistema de internatos indígenas que existiu no país entre o final do século 19 e meados do século 20.

Nessas escolas residenciais, crianças indígenas foram tiradas à força de suas famílias e comunidades e obrigadas a abandonar sua língua e cultura. Muitas sofreram abusos físicos, sexuais, emocionais e espirituais.

Em suas palavras de desculpa, o Papa reconheceu o dano causado por “políticas de assimilação e desvinculação” em relação às populações indígenas.

Alguns destaques do que o Papa Francisco disse em seu pedido de perdão:

  • “Peço perdão pela maneira como, lamentavelmente, muitos cristãos apoiaram a mentalidade colonizadora das potências que oprimiram os povos indígenas.”
  • “Estou triste. Peço perdão, em particular, pela maneira como muitos membros da Igreja e das comunidades religiosas cooperaram, também por meio da indiferença, com esses projetos de destruição cultural e assimilação forçada promovidos pelos governos da época, que culminaram no sistema de internatos.”
  • “Peço perdão pelos modos em que, infelizmente, muitos cristãos endossaram a mentalidade colonizadora das potências que oprimiram os povos indígenas.”
  • “Os abusos sofridos por esses meninos e meninas nos internatos ficaram marcados em minha mente e no meu coração. É terrível pensar no dano irreparável que foi cometido contra milhares de crianças.”

Por que o pedido de desculpas do Papa foi importante?

O pedido de desculpas do Papa aos povos indígenas do Canadá foi um momento histórico por várias razões:

  • Foi a primeira vez que um Papa pediu desculpas pelo papel da Igreja Católica no sistema de internatos indígenas.
  • Reconheceu o dano causado pelas políticas de assimilação forçada e a mentalidade colonizadora.
  • Validou as experiências dolorosas de sobreviventes e suas famílias.
  • Abriu caminho para a cura, reconciliação e justiça.
  • Incentivou outras instituições, como o governo canadense, a também assumirem responsabilidade e se desculparem.

Muitos líderes e organizações indígenas saudaram o pedido de desculpas do Papa como um passo na direção certa, embora tenha sido notado que mais ações precisam ser tomadas. Ainda assim, as palavras do Papa tiveram um profundo significado simbólico para muitos.

Conclusão

O pedido de desculpas do Papa Francisco aos povos indígenas do Canadá por abusos em internatos representou um momento histórico e um passo importante rumo à reconciliação. Ao reconhecer o mal cometido por membros da Igreja, o Papa validou a dor de muitos e abriu caminho para cura.

Embora mais ações sejam necessárias, as palavras do líder da Igreja Católica tiveram um profundo significado. Elas nos lembram da importância de confrontar duras verdades históricas, assumir responsabilidades institucionais e buscar a cura por meio do perdão e da justiça.

Perguntas Frequentes

1. Quem eram os destinatários do pedido de desculpas do Papa?

O pedido de desculpas do Papa foi dirigido principalmente aos povos indígenas do Canadá, incluindo Primeiras Nações, Métis e Inuítes que foram afetados pelo sistema de internatos.

2. Onde e quando o Papa Francisco fez esse pedido de desculpas?

O pedido de desculpas ocorreu durante a visita do Papa ao Canadá entre 24 e 30 de julho de 2022. As desculpas foram expressas em eventos em Alberta, Quebec e Nunavut.

3. Por que os internatos indígenas foram criados no Canadá?

Os internatos indígenas faziam parte de políticas de assimilação forçada, com o objetivo de retirar crianças indígenas de suas famílias e comunidades e integrá-las à cultura cristã e europeia dominante.

4. Qual foi o papel da Igreja Católica nos internatos?

A Igreja Católica administrou cerca de 60% das escolas residenciais no Canadá. Muitos abusos foram cometidos por membros de ordens católicas nestas instituições.

5. Quantas crianças indígenas passaram pelos internatos?

Estima-se que cerca de 150 mil crianças das Primeiras Nações, Métis e Inuítes foram retiradas de suas famílias e enviadas para os internatos entre 1883 e 1990.

6. Que tipo de abusos ocorreram nos internatos?

Sobreviventes relatam diversos abusos físicos, sexuais, emocionais e espirituais. Muitas crianças também sofreram de desnutrição e doenças devido às péssimas condições.

7. Quantas crianças morreram nos internatos?

Acredita-se que cerca de 4 mil crianças morreram nos internatos, mas estima-se que o número real seja maior. Muitas mortes não foram documentadas ou registradas.

8. Quais foram os impactos do sistema de internatos nos povos indígenas?

Os internatos tiveram impactos culturais, linguísticos, sociais e psicológicos devastadores que ainda afetam gerações de indígenas hoje. Há um trauma intergeracional contínuo.

9. O que os sobreviventes e suas famílias querem?

Os sobreviventes buscam reconhecimento do dano sofrido, responsabilização, desculpas, compensação financeira, apoio para cura e garantia de que tais injustiças não se repetirão.

10. O pedido de desculpas encerra a questão dos internatos indígenas?

Não. Muitos veem o pedido do Papa como um primeiro passo, mas acreditam que a Igreja precisa tomar mais medidas para reparar o dano causado e apoiar os sobreviventes. A cura é um processo contínuo.